A BRUXA
(THE WITCH, USA, UK 2015) – A fotografia esmaecida, em conexão com um
cenário que nos remete às pinturas de Goya e Velásquez, compõe o ambiente de
uma história incômoda, que vai se desenvolvendo até um desfecho meio chocho. Em
1630, uma família é banida da cidade e vai viver numa floresta, onde fatos
perturbadores vão compondo uma espécie de horror histórico, cultural sobretudo
e, também, psicológico, revelando símbolos que podem não ser de fácil
decodificação por pessoas sem o repertório adequado. Mais do que um terror “stricto
sensu”, A BRUXA é um filme alinhado ao feminismo atual – bruxas são mulheres,
não se esqueça – e lança questionamentos pertinentes sobre a manipulação religiosa
que, convenhamos, ainda se faz presente hoje em muitos seguimentos da sociedade.