Terence Hill |
MEU NOME É TRINITY (LO
CHIAMAVANO TRINITÀ, Itália 1970) – Este é um dos filmes cuja trilha sonora já
é um dos personagens principais, tornando-se talvez mais conhecida do que o
filme estrelado por Terence Hill e Bud Spence, uma das maiores duplas do
cinema. Western-spaghetti da melhor qualidade, daqueles que nos fazem ter uma
profunda experiência sensorial: sente-se na pele a quentura da poeira por onde
Trinity passa, arrastado, numa espécie de cama, por seu cavalo, na sensacional cena
de abertura deste clássico, e quase sentimos o sabor do feijão pelando, que ele
come diretamente a panela, quando chega a uma estalagem atraindo a curiosidade
de todos. Envolvente e engraçado, o filme enfeitiça pela despretensão da
história e pela naturalidade e simpatia dos dois protagonistas. De certa forma,
o personagem Trinity serviu de molde para muitos outros do gênero: meio
marrento, desligado, engraçado e extremamente hábil na briga corporal e no manejo
da arma. Agregue-se a isso uma inocência inesperada que Hill incorpora ao seu
pistoleiro, que o faz parecer estar permanentemente se divertindo em cena com
seu companheiro Bud Spencer, sempre deliciosamente mal-humorado. Em termos
cinematográficos, nada poderia ser mais sedutor para o espectador. A trilogia
MÁQUINA MORTÍFERA bebeu diretamente da fonte, é só constatar. E a trilha
sonora, repito, é um tesouro do cinema.