segunda-feira, 23 de abril de 2018

3071 - MEU NOME É TRINITY

Terence Hill
       MEU NOME É TRINITY (LO CHIAMAVANO TRINITÀ, Itália 1970) Este é um dos filmes cuja trilha sonora já é um dos personagens principais, tornando-se talvez mais conhecida do que o filme estrelado por Terence Hill e Bud Spence, uma das maiores duplas do cinema. Western-spaghetti da melhor qualidade, daqueles que nos fazem ter uma profunda experiência sensorial: sente-se na pele a quentura da poeira por onde Trinity passa, arrastado, numa espécie de cama, por seu cavalo, na sensacional cena de abertura deste clássico, e quase sentimos o sabor do feijão pelando, que ele come diretamente a panela, quando chega a uma estalagem atraindo a curiosidade de todos. Envolvente e engraçado, o filme enfeitiça pela despretensão da história e pela naturalidade e simpatia dos dois protagonistas. De certa forma, o personagem Trinity serviu de molde para muitos outros do gênero: meio marrento, desligado, engraçado e extremamente hábil na briga corporal e no manejo da arma. Agregue-se a isso uma inocência inesperada que Hill incorpora ao seu pistoleiro, que o faz parecer estar permanentemente se divertindo em cena com seu companheiro Bud Spencer, sempre deliciosamente mal-humorado. Em termos cinematográficos, nada poderia ser mais sedutor para o espectador. A trilogia MÁQUINA MORTÍFERA bebeu diretamente da fonte, é só constatar. E a trilha sonora, repito, é um tesouro do cinema.