quinta-feira, 31 de julho de 2014

2364 - DORES DE AMORES

(BRASIL, 2012) - O filme leva o espectador por 77 minutos a uma suposta máxima intimidade do casal interpretado por Fabíula Nascimento e Milhem Cortaz. Nomes ou qualquer outra identificação do par são desnecessárias, bastando os diálogos, que dominam todas as cenas, para aproximar personagens e público. O que discutem? O comum, o cotidiano de qualquer casal acima dos 30 anos: desilusão, traição, desejo, novas experiências, impotência, atração. Com exceção de alguns raros períodos de silêncio, nos quais eles andam sozinhos ou conversam com amigos, o filme se concentra no debate, que exige fôlego dos protagonistas e uma paciência infinita do espectador. Dirigidos pelo estreante Raphael Vieira, Fabíula e Cortaz mostram disposição para acompanhar seus personagens, mas tudo desaba por causa da inabilidade da abordagem e do engessamento do roteiro. São bons atores, mas desperdiçaram uma oportunidade de recusar um convite para uma furada. Vale pelo sorriso doce da bela Fabíula. Na foto acima, ela está mais bonita ainda, numa livraria.
 

2363 - O GRANDE GATSBY

quarta-feira, 30 de julho de 2014

2362 - GILBERT GRAPE: APRENDIZ DE SONHADOR

(GILBERT GRAPE, USA 1993) - Eis um filme triste. Gilbert Grape (Johnny Depp) é um rapaz com família problemática: a mãe, obesa, não sai de casa, as irmãs, meio perdidas, ajudam no que podem e seu irmão mais novo, Arnie (Leonardo DiCaprio) tem problemas mentais e depende quase que totalmente dele. Pelo fato de morarem numa cidade minúscula, no meio do nada, onde pouca coisa acontece, Gilbert e sua família podem parecer menos "misfits" do que seriam numa cidade maior. Provavelmente, um dos méritos do filme é ter um olhar solidário sobre estas pessoas que, num outro contexto, poderiam receber apenas manifestações de pena. Gradativamente, com o desenrolar da história, vamos observando as peculiaridades do cotidiano da vida menos cintilante e, com este contato, acabamos por conhecer alguma coisa a mais sobre nós mesmos. Só por isso, que não é pouco, o cinema é a arte das artes. Leonardo DiCaprio foi indicado ao Oscar por sua atuação.
 

2361 - BANQUETE DE AMOR

(FEAST OF LOVE, USA 2007) - Antes de tudo: qualquer filme com Morgan Freeman é obrigatório. No entanto, este não é um dos seus filmes mais memoráveis, embora seu personagem - um professor universitário que perdeu o único filho para as drogas - tivesse tudo para render uma história mais emocionante, num roteiro concentrado só nisso. Mas aqui ele é apenas um dos personagens de um vilarejo, onde várias pessoas interagem em busca de entendimento e um pouco de conforto para suas dores existenciais. BDA faz um panorama simpático do amor, em suas variadas formas e fases.  Diante de nós, desfilam o amor não correspondido, o amor homossexual, o amor de pai e mãe, o amor à primeira vista, o amor proibido, que ganham vida num texto delicado – baseado no romance homônimo de Charles Baxter – e um elenco competente. Como já disse, Morgan Freeman interpreta um professor universitário cuja sabedoria ajuda os outros, mas não cura suas próprias dores. Greg Kinnear vive o dono de um café que enfrenta um divórcio problemático: sua mulher (Selma Blair) o largou por outra mulher. O jovem Oscar (Toby Hemingway), que trabalha no café, encontra numa nova paixão a solução para seus problemas familiares. Apesar de servir um prato cheio de clichês, o longa-metragem acaba conquistando por conta de sua leveza e despretensão, além, claro, da presença de Freeman como aquele sujeito gente boa, sempre pronto para dar o conselho certo.

 

terça-feira, 29 de julho de 2014

2360 - ELA

(HER, USA 2013) - Já revi este filme várias vezes e acho que ainda vou revê-lo mais umas tantas. Cada vez que o assisto, descubro coisas diferentes, mas igualmente emocionantes. Num futuro próximo, Theodore (Joaquin Phoenix) tem uma profissão que me encanta; ele escreve cartas para pessoas que não têm tempo para fazer isso. Ele tem de lidar com a perda da mulher que ele amava e vai levando sua vida sem pensar muito nisso, tentando achar uma forma de esquecê-la. É então que Samantha entra na sua vida: ela é a voz do sistema operacional do seu computador. Aos poucos, Theodore descobre que há enormes afinidades entre eles e, claro, se apaixona por ela. Entre as muitas questões que o filme traz, está a da natureza da humanidade. O que significa ser humano? Por que Samantha parece ser tão humana - e talvez mais - do que os outros personagens do filme, apesar de ser apenas uma voz? (Ok, é a voz da Scarlett Johansson, e isso faz toda a diferença...). A voz de Scarlett traz o personagem de Samantha à vida, e o amor de Theodore por ela não só passa a ser totalmente real como plausível. Mas como? Como uma pessoa pode se apaixonar por uma voz? A meu ver, a questão é muito mais como Scarlett fala do que o que ela fala. O filme - belo, sensível, emocionante e, sim, um pouco triste - nos apresenta a uma voz que faz a história ser muito mais sobre a humanidade do amor do que a maquinalidade da desilusão. É um filme sobre a importância das afinidades nas verdadeiras histórias de amor. 
 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

2359 - O MESMO AMOR, A MESMA CHUVA

(EL MISMO AMOR, LA MISMA LLUVIA, Argentina 1999) - O diretor Juan José Campanella mostra, neste filme, aquilo que considero uma verdadeira história de amor: não linear, com altos e baixos, com distâncias e aproximações. É um pouco parecido com a temática do emocionante JOHNNY & JUNE, com Joaquin Phoenix. O grande Ricardo Darín é um escritor (adoro isso) meio desanimado com sua própria obra, quando conhece Laura (Soledad Villamil, uma das coisas mais lindas já produzidas na Argentina) e se apaixona por ela. Os dois possuem grandes afinidades, razão principal para que o amor se instale na vida de ambos. A história dos dois começa nos anos 70 e se prolonga até os dias de hoje, mostrando um rota realista para o amor, que permanece, apesar dos desencontros, dos triunfos e derrotas individuais dos dois. Só posso dizer que o filme e lindo, sensível, bem perto do que um dia falei para você. Ótimos diálogos, personagens convincentes, saltos narrativos habilidosos e um tom que mistura amargura e esperança: isso resulta num grande filme. Darín e Villamil voltariam no ótimo O SEGREDO DOS SEUS OLHOS.
 
 

2358 - SÓ VOCÊ

(ONLY YOU, USA 1994) - Faith (Marisa Tomei, linda...) acredita que duas alma-gêmeas devem ficar juntas. Mas, para isso, elas devem se encontrar. A história, então, parte para uma Itália mais que romântica, onde ela descobre em Peter (Robert Downey Jr., excelente) o grande amor de sua vida. Já viram este filme? Bem, a história pode não ser das mais originais, mas quem se importa? Em se tratando de descobrir o amor, penso que todas as histórias, originais ou não, destes romances "loucos" servem para aliviar a prosaica realidade que nos cerca. O filme, com toda a sua possível ingenuidade e escapismo, é uma graça e anestesia as dores das saudades que, convenhamos, todos nós temos. O cinema também serve para isso. Marisa Tomei nunca esteve tão linda em um filme - e é uma professora de literatura, pode imaginar? Robert Downey Jr, quase vinte anos antes de se transformar no HOMEM DE FERRO, já mostrava que atuar pode e deve ser mesmo uma grande brincadeira que diverte todo mundo.
 

domingo, 27 de julho de 2014

2357 - CONTROLE ABSOLUTO

(EAGLE EYE, USA 2008) - Desligue a preocupação com aquela velha verossimilhança básica que se espera dos filmes de ação - neste filme, os roteiristas se concentraram mais nas sequências de perseguição, sem dar muita bola para algumas cenas que, num olhar mais cuidadoso, quase comprometem o entretenimento - e deixe-se levar por uma história que não demonstra muita coisa de original, mas que, se você não tem lá tanta expectativa, diverte, o que não é pouco. Cinema também é isso. O roteiro é inspirado em uma ideia de Spielberg. Shia LaBeouf faz Jerry, jovem meio irresponsável que trabalha com máquinas de xerox e é irmão gêmeo de Jerry, militar aplicado, cidadão-modelo, acaba de falecer. No momento em que volta pra casa, depois do funeral, Jerry tem sua vida virada de cabeça para baixo. Do nada, ele é acusado de terrorismo. Paralelamente, somos apresentados a Rachel (Michelle Monaghan), mãe solteira cujo filho está pegando um trem para Washington, onde tocará com uma orquestra infantil para o presidente dos EUA. Assim como Jake, sem motivo aparente, Rachel se vê envolvida numa conspiração sem rosto. Perseguidos pela lei, os dois passam a receber ordens por telefone de uma misteriosa voz feminina, sem saber onde tudo isso vai dar. Sabem apenas que seguir as ordens é sua única opção. Os efeitos especiais são bem realizados, e tudo vai num ritmo que dá para aceitar em nome da distração num domingo chuvoso, mas a sequência final, aquela em que o garoto toca na orquestra para o presidente, nos faz pensar que faltou um pouco de capricho e imaginação, se não os dois juntos. Se o diretor D.J. Caruso não fosse tão feliz na execução dos tempos fortes (execução essa que abraça o humor em alguns momentos, como válvula de escape), os buracos do roteiro, a começar pela premissa estapafúrdia, virariam um grande buraco negro, sugando o longa por inteiro. Pois basta o ritmo do filme dar uma pausa para percebermos como faltou uma costura mais caprichada no roteiro.
 

sábado, 26 de julho de 2014

2356 - A CONVERSAÇÃO

(THE CONVERSATION, USA 1974) - De Francis Ford Coppola. É provavelmente um dos filmes que espelham, mostram, traduzem com maior fidelidade o espírito da sua época, do seu momento histórico. Trata da perda dos valores morais da nação americana nos anos Nixon. Premonitoriamente, foi produzido e lançado pouco antes de estourar o escândalo Watergate, que revelou a corrupção e outros atos ilegais que haviam tomado conta da Casa Branca no início dos anos 70. A conversação que dá o título ao filme acontece entre uma jovem mulher, Ann (Cindy Williams), e um rapaz, Mark (Frederic Forrest), no horário de almoço, em plena Union Square, em San Francisco. Os dois aparentemente são amantes, e ela é casada. Estão caminhando na praça, entre centenas de pessoas que almoçam sanduíches ou descansam no intervalo do trabalho. Harry Caul (o grande Gene Hackman) é o técnico responsável pela gravação da conversa dos dois, serviço encomendado por um homem misterioso, que é representado por Martin (Harrison Ford, bem jovenzinho). Revisto hoje, quando câmaras de vigilância estão em todo lugar e que a invasão de privacidade passou a ser uma regra, o filme parece ainda mais profético. À parte disso, o personagem de Hackman é um primor de construção e desempenho. Coppola e o ator Gene Hackman criam um Harry Caul impressionamente real, palpável. Harry é extremamente solitário, trancado dentro de si mesmo, sem amigos. Não expressa seus sentimentos, até porque não saberia como fazê-lo. Harry parece afastar todos que, mesmo timidamente, tentam se aproximar dele. Irrita-se com a namorada, Amy (Terri Garr), quando ela começa a perguntar sobre seu trabalho, sua vida pessoal. É absolutamente zeloso com sua privacidade – tem três fechaduras diferentes no apartamento onde mora, não fornece para ninguém o número de seu telefone. O único prazer que tem na vida é solitário e anônimo: em casa, tendo ao fundo um LP tocando jazz, Harry acompanha os mestres ao saxofone. Em INIMIGO DE ESTADO, de Tony Scott, de 1998, Hackman volta a fazer um técnico em escutas. Este filme, no entanto, não tem o mesmo clima sufocante e a assustadora premonição de A CONVERSAÇÃO.
 

2355 - EM ALGUM LUGAR NO PASSADO

(SOMEWHERE IN TIME, USA 1980) - Um dos clássicos da década de 80, EALP tem como maior característica a alta dosagem de romantismo que levou muita gente a torcer por Richard Collier (Christopher Reeve) na sua tentativa de viajar no tempo e reencontrar Elise McKenna (Jane Seymour), uma atriz do começo do século. Na sua simplicidade, o filme ainda conserva a sinceridade das atuações emocionadas de Reeve e Seymour, numa história que mistura romance e alguma coisa de ficção científica. Somos convidados a embarcar neste amor de uma maneira muito peculiar. Sempre pela visão de Richard, vamos nos encantando com Elise aos poucos. Primeiro a senhora misteriosa, depois a bela na foto, passando pelas informações na biblioteca, até, finalmente, vê-la em 1912. O mistério que acompanha a busca, a dificuldade que Richard tem para conseguir atingir seu objetivo nos faz simpatizar com sua causa. Primeiro, na tentativa de ir ao passado. Depois, ao se aproximar dela, quando chega lá. No momento em que Richard finalmente fica frente a frente com Elise, o encontro se torna emocionante ao extremo para o espectador que já esteve numa situação dessas. Claro que a gente vibra, não apenas por ele ter conseguido, mas pela forma como o encontro acontece. Quem já reencontrou uma pessoa do seu passado sabe exatamente do que se trata.

 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

2354 - SENTIDOS DO AMOR

(PERFECT SENSE, UK 2011) - A história passa-se em Glasgow, no início de uma estranha pandemia. Pessoas em todas as partes do mundo têm um ataque incontrolável de choro e, em seguida, perdem totalmente o sentido do cheiro. No meio do caos, uma epidemiologista (Eva Green, lindíssima) conhece um chef (Ewan Mcgregor). Ambos têm problemas pra se envolver amorosamente. A humanidade vai perdendo os sentidos, um a um. Primeiro o olfato, depois o paladar, e assim por diante. Assim como em ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (livro genial do Saramago e filme bastante razoável, de Fernando Meireles), a gente já sabe que, assim que perdermos a visão, tudo se modifica. O filme aponta para uma premissa interessante: um mundo sem os sentidos não tem mesmo sentido. É instigante este exercício de imaginar como ficaríamos sem as percepções da realidade que nos cerca. Apesar da carga dramática, o filme é impressionantemente lindo, porque enfoca a perda dos sentidos perpassadas pela emoção. A cena final, com McGregor e Eva Green, deveria ser imortalizada como uma das mais belas de toda a história do cinema. Acho que você amaria o filme.
 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

2353 - DO INFERNO

(FROM HELL, USA 2001) - Adaptada dos quadrinhos, esta produção traz Johnny Depp como um comissário de polícia em Londres, no século XIX, responsável por investigar os assassinatos de prostitutas e encontrar seu autor, Jack, o Estripador. Em 1888 a cidade de Londres vive um horror sem precendentes, principalmente aqueles que vivem em Whitechapel. Lá mora Mary Kelly (Heather Graham) e seu grupo de amigas, que vivem sendo hostilizadas pelas gangues locais e são obrigadas a se prostituir para sobreviver. Até que uma das companheiras de Mary, Annie (Katrin Cartlidge), é repentinamente sequestrada, com este acontecimento logo seguido pelo brutal assassinato de Polly (Annabelle Apsion). Desconfiando que tais acontecimentos sejam na verdade uma "caçada" às garotas de Whitechapel, o caso logo chama a atenção de Frederick Abberline (Johnny Depp), um brilhante e perturbado inspetor de polícia que muitas vezes usa de seus poderes psíquicos para solucionar casos. Abberline se envolve cada vez mais com o caso e aos poucos se apaixona perdidamente por Mary, mas quanto mais se aproxima da verdade mais Whitechapel fica perigosa para Abberline, Mary e suas companheiras.
 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

2352 - O CAVALEIRO SOLITÁRIO

(THE LONE RANGER, USA 2013) - Dizer que OCS é apenas uma releitura no estilo faroeste dos filmes da série PIRATAS DO CARIBE, por ter as mesmas pessoas na direção e na produção, além do astro principal (Johnny Depp), é ter uma visão muito reducionista de um filme que tem como única pretensão divertir. E isso, em alguns momentos, que este segundo western de Gore Verbinski (o primeiro foi o ótimo RANGO) consegue, com vários momentos que, tomados isoladamente, ora são, de fato, divertidos, ora inesperadamente criativos, ora homenageando sutilmente alguns ícones do Oeste americano. Aqui, temos uma versão, digamos, bem flexível de O Cavaleiro Solitário, que patrulhava o Oeste americano fazendo justiça na companhia do lacônico índio Tonto, e que foi um personagem muito popular nos primeiros anos do western; fez sucesso sobretudo no rádio, na década de 30. O Cavaleiro é vivido em total clima de irreverência por Armie Hammer, mas o Tonto de Depp não funciona muito bem como contraponto da dupla. Além de, em alguns momentos, lembrar o Jack Sparrow de PIRATAS, Depp parece não saber muito bem o que fazer para dar charme ao personagem, habilidade que ele sempre demonstrou ter. Aliás, é de se notar a falta de consistência dos personagens, em geral. O papel de Helena Bonham Carter, por exemplo, como dona de bordel com uma perna mecânica que funciona como metralhadora, é totalmente dispensável. Mas o filme é isso: curtição. Não dá para fazer qualquer outra análise muito profunda.
 

domingo, 20 de julho de 2014

2351 - ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS

(ALL GOOD THINGS, USA 2010) - Embora ache Ryan Gosling um ótimo ator, me parece que ele tem uma linha um pouco repetitiva na construção de personagens esquisitos. Neste filme, baseado numa história que realmente aconteceu, ele é David Marks, um rapaz esquizofrênico, filho de um grande investidor (o grande Frank Langella). Ele se casa com Kathie (Kirsten Dunst, uma das atrizes mais feias de todo o cinema americano, mas que tem boa atuação aqui) e passa a ter um comportamento violento, tratando-a da pior forma até que ela desaparece misteriosamente. ESM é um bom thriller de suspense, embora a segunda parte nos deixe um pouco sem saber se a história tomou mesmo aquela direção, em função das reviravoltas quase inacreditáveis. David Marks é um personagem marcado por um desvio edipiano de caráter, que nunca deixa muito claro os verdadeiros motivos que o levam a ser quem ele é. Some-se um trauma do passado, representado pelo tratamento que seu pai dava à sua mãe à forma com que ele posiciona David nos negócios da família.
 

2350 - A LENDA DO TESOURO PERDIDO

(NATIONAL TREASURE, USA 2004) - Benjamin Franklin Gates (Nicolas Cage) é um caçador de tesouros, função que já está na 3ª geração em sua família. Durante toda sua vida Benjamin procurou um tesouro que ninguém acredita existir, tendo sido acumulado durante séculos e transportado por vários continentes para evitar que fosse roubado. As investigações de Benjamin sobre a localização deste tesouro fazem com que ele descubra que existe um mapa codificado escondido na Declaração de Independência dos Estados Unidos. O filme, a partir deste fiapo de roteiro, vai se desenrolando sem muita originalidade, com Cage meio preguiçoso, e tendo apenas a beleza de Diane Kruger a nos guiar em meio a tanto lugar-comum. Vale pela fotografia caprichada e pela cena em que Diane troca de roupa.
 

2349 - MINEIRINHO, MORTO OU VIVO

(BRASIL, 1966) - A trama inspira-se em notícias da crônica policial sobre a vida de José Rosa de Miranda (Jesse Valadão). Após matar acidentalmente o bandido Arubinha, José, que mora num morro carioca, é transformado pela imprensa sensacionalista em perigoso bandido, apelidado Mineirinho. Procurado pela polícia e por marginais ligados a Arubinha, ele acaba por efetivamente entrar na vida do crime participando de assaltos. O filme apresenta as falhas técnicas de muitos filmes da época - som ruim, iluminação precária, direção meio indigente e a sensação de total improviso, do roteiro à produção. Vale pelas cenas do Rio de então e pela participação de Leila Diniz, aos 21 anos.
 
 

sábado, 19 de julho de 2014

2348 - UM FINAL DE SEMANA EM HYDE PARK

(HYDE PARK ON HUDSON, USA 2012) - O filme conta a
história do relacionamento amoroso entre o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt (Bill Murray, excelente, como sempre), e sua prima distante Margaret Stuckley (Laura Linney) – que acontece em um final de semana de 1939, justamente quando o Rei e a Rainha da Grã-Bretanha visitam o país pela primeira vez na história, em missão oficial para pedir apoio contra as forças nazistas na iminente Segunda Guerra Mundial. Tudo se passa na residência de campo de Roosevelt, onde ele, bem ao estilo dos presidentes americanos, exerce, entre uma ou outra função administrativa, a função de conquistador serial. A direção de Roger Michell tem um especial cuidado com a direção de arte, fotografia e figurino que, como veremos, terão grande importância na rima visual que preside a narrativa. Quando Laura Linney se encontra com Murray, logo no início do filme, vemos uma mulher entrar no grande salão onde Roosevelt se encontra, sentado em sua escrivaninha. O que testemunhamos é um claro distanciamento, adquirido ao longo dos anos, quando em plano e contra-plano, eles são colocados, isolados, em lados opostos da sala. É nessa cena também em que o presidente usa do seu artifício do livro de selos, que mais a frente saberemos ter uma importância narrativa necessária à compreensão da personalidade daquele homem. O problema é que o roteiro fica meio em cima do muro, sem se decidir se estamos diante de uma comédia ou um drama, errando a mão nas duas tentativas. Mas com Bill Murray no elenco, e quase só por isso, o filme vale a pena de ser visto.
 

terça-feira, 15 de julho de 2014

2347 - TREZE DIAS QUE ABALARAM O MUNDO

(THIRTEEN DAYS, USA 2000) - Este filme de Roger Donaldson enfoca os dias de tensão que a administração Kennedy viveu para conter a crise dos mísseis cubanos, em outubro de 1962. Mais uma vez, Kevin Costner vive um personagem real ligado ao presidente Kennedy (anteriormente foi Jim Garrison em JFK, de Oliver Stone). Aqui, ele faz o papel de Kenny O'Donnel, conselheiro político do governo e integrante do grupo mais chegado ao presidente, tendo sido a ele apresentado por RFK. Na verdade, O'Donnel não teve uma atuação assim tão influente durante a crise dos mísseis, conforme o filme mostra. Para quem não conhece os fatos históricos, o filme fica um pouco monótono, mas, para aqueles que acompanham a fascinante saga de JKF, é muito divertido identificar os personagens que fizeram parte deste episódio que poderia, eventualmente, ter posto um fim à humanidade. O que mais chama a atenção é a atuação perfeita de Bruce Greenwood, como John Kennedy. Ele, de fato, está perfeito no papel, com todos os maneirismos do presidente, com quem possui incrível semelhança física. Ele também fez o comandante Pike no novo STAR TREK.  
 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

2346 - TRATAMENTO DE CHOQUE


(ANGER MANAGEMENT, USA 2012) - Nestes primeiros dez episódios da nova série com Charlie Sheen, tive a impressão de estar assistindo a uma continuação do Charlie de TWO AND A HALF MEN. Logo me dei conta que o grande trunfo desta série é o mesmo da anterior: a confusão entre a persona representada por Sheen e sua personalidade real. Agora, ele também é Charlie, ex-jogador de beisebol forçado a encerrar a carreira depois de detonar o próprio joelho numa reação destemperada em campo. Ele, então, forma-se em psicologia, especializando-se em lidar com aqueles níveis de raiva patológica  de que ele mesmo sofre. Os pacientes que se reúnem na sala de sua casa são completamente sem graça, e os diálogos entre eles não funcionam. O destaque vai para Selma Blair, o caso romântico de Charlie e sua terapeuta nas horas vagas: bonita e talentosa, combinação que costuma dar certo nos sitcoms em que o elenco não ajuda muito. Charlie, mais uma vez, foge de qualquer compromisso mais sério. Porém, é mesmo difícil resistir a um olhar com esta doçura (veja acima).  
 

2345 - FUGA DE LOS ANGELES

(ESCAPE FROM L.A., USA 1996)  - Em 1998, um candidato à presidência (Cliff Robertson) prega em sua campanha que Los Angeles precisa ser "punida" pelos pecados que contém. No ano 2000, a cidade é separada do continente por um grande terremoto e se transforma em um local para qual todos os indesejáveis são remetidos. No ano 2013, o candidato do final do milênio tornou-se presidente vitalício mas sua filha (A.J. Langer), não concordando com a política ditatorial do seu pai, que suprimiu uma série de liberdades individuais, rouba uma "caixa preta" que tem o poder de "desligar" todo o planeta e a entrega para o principal chefe de quadrilha (Georges Corraface) de Los Angeles. Assim, um aventureiro (Kurt Russell), que é um misto de herói e bandido mas que, em 1997, tinha salvado o presidente dos Estados Unidos, é "convocado" pelo presidente para recuperar a caixa e matar sua filha, mas se ele não cumprir a missão em menos de dez horas será morto por um vírus que foi colocado na sua corrente sanguínea. O filme é péssimo, assim como os constrangedores efeitos especiais.  
 

2344 - BEIJOS QUE MATAM

(KISS THE GIRLS, USA 1997) - Um psicólogo forense (Morgan Freeman, estupendo) de Washington viaja até a Carolina do Norte para investigar o aparente sequestro de sua sobrinha, que desapareceu do campus universitário em meio a outros sequestros similares. Ele está praticamente certo que as jovens vítimas dos recentes sequestros estão vivas, pois quem está executando estes raptos é um "colecionador". No entanto, ele não sabe se sua sobrinha está entre as possíveis vítimas, mas consegue ser ajudado por uma médica (Ashley Judd) que estava no cativeiro, conseguiu escapar e garante que várias jovens estão vivas, inclusive quem ele procura. O investigador decide então caçar o sequestrador, que usa o pseudônimo de "Casanova".
 

2343 - INIMIGOS PÚBLICOS

(PUBLIC ENEMIES, USA 2009) - Este filme de Michael Mann enfoca o início de FBI, durante a Grande Depressão, época que ensejou o aparecimento de criminosos com uma aura romântica, como John Dillinger (Johnny Depp, insopitável). J. Edgard Hoover recruta o agente Purvis (Christian Bale, um pouco deslocado) para empreender a caçada a Dillinger, usando, para isso, os "novos métodos" de ação adotados pelo Bureau, como, por exemplo, uma vasta rede de informações e procedimentos de interrogatórios "mais rígidos", se é que você me entende. A fotografia usada por Mann é excepcional, dando à história uma atmosfera chegada ao expressionismo, que impressiona e hipnotiza. No geral, o elenco tem atuações corretas. Destaque para Marion Cotillard, o destino romântico de Dillinger. A história dos dois lembra, remotamente, o mito de Lampião e Maria Bonita.  
 

2342 - XXY

(XXY, Argentina, 2007) - É uma pena, mas a presença do grande Ricardo Darín neste filme não salva a história que tinha tudo para ser um marco na discussão de um dos mais intrigantes fenômenos sexuais, a Síndrome de XXY, também conhecida como Síndrome de Klinefelter, que atinge homens que têm um cromossomo X a mais - e por isso desenvolvem testículos menores e produzem menos testosterona na juventude, o que pode lhes dar aspecto feminino. Até entendermos isso, lá para o meio da história, vamos achando que o filme trata de hermafroditismo. Darín é um biólogo marinho que tem um filho com estas características e tem com ele uma relação de entendimento e aceitação solidária de um fato que os dois não entendem muito bem. A mãe, em contrapartida, quer porque quer que o filho se transforme de vez em uma menina. Para isso, convida um médico e sua família para passar uns dias com eles, tentando disfarçar uma consulta informal. É aí que a diretora Lucía Puenzo se equivoca: explora situações falsamente didáticas, dando soluções para uma situação que tem sua real dramaticidade sufocada por um simplismo ingênuo e até um pouco arrogante.
 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

2341 - O INCRÍVEL MÁGICO BRUCE WONDERSTONE

(THE INCREDIBLE BRUCE WONDERSTONE, USA 2013) - O filme parecia querer tirar um sarro com o mundo dos mágicos e ilusionistas de Las Vegas, mostrando artistas tradicionais sendo ameaçados pela modernidade performática em sua área profissional. Ou seja, era um bom argumento a ser explorado numa comédia, especialmente se no elenco estão os Steve Carell e Buscemi, além do Soprano James Gandolfini, num de seus últimos trabalhos. Mas o filme não funciona bem, alternando momentos supostamente engraçados com algum drama, em uma série de esquetes sem um desenvolvimento ou ligação que junte uma cena a outra fazendo-os funcionar como uma história mais densa. O mais interessante, na minha opinião, é a participação de Jim Carrey, como um mágico de rua, se contrapondo ao personagem principal de Carell. É curioso, no entanto, notar que há cerca de 10 anos, Jim Carrey estava no auge da popularidade, e Carell era seu coadjuvante em O TODO PODEROSO, um grande sucesso de público. Com o passar de uma década, Carrey aparece num papel inverso, fazendo escada para Carell, num filme muito menos interessante. A belíssima Olivia Wilde faz, com competência, um papel pequeno.
 

2340 - O LUGAR ONDE TUDO TERMINA

(THE PLACE BEYOND THE PINES, USA 2012) - A narrativa do filme se desenvolve através de uma série de acasos - um sujeito esbarra no outro, a vida deles muda, o tempo passa e, de uma forma inesperada, eles voltam a se encontrar 15 anos no futuro. Não, não há nada de ficção científica nesta história totalmente possível num mundo real, onde as relações humanas se interligam de maneira surpreendente, mostrando como pequenos detalhes (de todos nós) definem a trajetória de uma pessoa. Levam ao tal lugar onde tudo termina. Aquele reencontro do motoqueiro Luke (Ryan Gosling) com a garçonete Romina (Eva Mendes) nos remete ao mesmo clima de intimidade e de coisas não ditas que os casais em pleno estado de desencontro (como aconteceu com a gente, lembra?) parecem trazer dentro de si. Ao rever Romina, Luke descobre que tem um filho recém-nascido - é peso suficiente para tirar o protagonista do rumo. O filme explora com bastante competência os caminhos e os ciclos que acontecem na vida, sempre arriscados e sem garantia, como já sugere a imagem que abre o longa: a apresentação do motoqueiro num globo da morte num circo. Luke gira em círculos antes de se reencontrar com Romina, como se procurasse sempre um porto seguro, e, depois de saber que é pai, resolve acelerar com sua moto numa floresta - ação que o diretor registra com incomum talento, numa metáfora do sentimento de despertencimento de Luke. Ao longo das duas horas e meia de filme, uma série de eventos bem plausíveis provocará uma perseguição envolvendo um policial novato (Bradley Cooper, excelente) e as reverberações desses fatos na vida de outras pessoas. Só uma observação: Gosling é um ótimo ator e, aqui, na caracterização psicológica e física do personagem, está muito parecido com o Maicon de Murilo Benício em O HOMEM DO ANO, realizado anos antes.
 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

2339 - TEMPORADA DE CAÇA

(KILLING SEASON, USA 2013) - O filme mostra o aposentado general Benjamin Ford (Robert de Niro), um homem amargurado e que vive solitário em uma cabana longe da chamada civilização. Quando seu carro tem um problema, aceita a ajuda do desconhecido Emil Kovac (John Travolta), um homem estranho e marcado por um passado sangrento na guerra da Bósnia e que vai para os Estados Unidos em busca de vingança. Ao pior estilo gato e rato, ambos travam uma batalha de vida e morte com tentativas frustradas de terror psicológico. Pois é, quantas vezes já vimos este filme? As presenças de De Niro e Travolta dão uma esperança enganosa ao espectador - estão mais que burocráticos nos seus papéis, sem qualquer inspiração e totalmente sem vontade. O terror psicológico pretendido fica na promessa neste filme previsível e sem graça.
 

2338 - COMO NÃO PERDER ESTA MULHER

(DON JON, USA 2013) - O filme é o primeiro longa-metragem escrito, protagonizado e dirigido por Joseph Gordon-Levitt. É ele o personagem título, Johnny, um Don Juan incurável, habituado com festas, obcecado com o corpo, seu apartamento, sua família e seu carro. Sai todas as noites e se gaba de conquistar toda mulher que lhe desperte o interesse. Johnny não tem consciência de que é  viciado em pornografia na Internet, o que o faz perseguir a mulher perfeita, uma que fará com ele tudo o que as mulheres dos vídeos fazem. Ele ainda não sabe que vai conhecer Barbara (Scarlett Johansson, perfeitamente linda), e que ela vai provocar uma mudança nos seus conceitos existenciais. O filme poderia servir como uma ótima reflexão sobre a vaidade e como o sexo virtual influencia as relações reais, mas a mão pesada do diretor estreante faz a trama se equilibrar precariamente entre a comédia e o drama, tornando a possível mensagem se perder numa pletora de situações repetitivas e sem inspiração. Mas por Scarlett Johansson qualquer sacrifício vale a pena.
 

domingo, 6 de julho de 2014

2337 - TRUQUE DE MESTRE

(NOW YOU SEE ME, USA 2013) - O filme é uma mistura de OCEAN'S ELEVEN com THE PRESTIGE, embora bem abaixo dos dois, e conta a história de quatro mágicos que roubam bancos no meio do seu show, distribuindo o dinheiro para o público. A partir daí, começa uma perseguição do FBI atrás dos mágicos que, claro, estão sempre um passo à frente dos federais. Para quem gosta de reviravoltas este é o filme para ser visto. As soluções são mostradas detalhadamente durante a história pelo diretor Louis Leterrier, que, assim fazendo, nos remete aos filmes de Sherlock Holmes estrelados por Robert Downey Jr. TDM não um filme sensacional, mas é divertido e conta, no elenco, com os obrigatórios Morgan Freeman, Woody Harrelson, Michael Caine e Mark Ruffalo. A fotografia de Nova Iorque é belíssima e tenho certeza de que você e eu ainda vamos voltar lá.
 

2336 - OS INTOCÁVEIS

(THE UNTOUCHABELS, USA 1987) - Ainda um filme vigoroso, esta obra de Brian de Palma se transformou num dos clássicos do cinema, principalmente porque, a meu ver, não tinha esta intenção. Não bastasse o elenco de primeira linha - Robert DeNiro, Sean Connery e Kevin Costner - a história lendária da perseguição feita por Eliott Ness a Al Capone é uma daquelas que sempre valem a pena rever. Conhecido por incontáveis papéis no gênero (O Poderoso Chefão, Cabo do Medo, O Despertar de Um Homem, Coração Satânico, entre outros), De Niro carrega em si todas as características possíveis para fazer de Al Capone (e qualquer outro que seja) um verdadeiro chefe do crime; mercurial, desagradável, irônico, cômico, egocêntrico e imoral são algumas das qualidades que podemos perceber neste papel que retrata o lendário chefe do crime na época da Lei Seca, na década de 30, nos Estados Unidos. Kevin Costner - antes de ter arruinado sua carreira com seus preciosismos - está perfeitamente convincente como um agente federal absolutamente humano, passível de erros, mas com o coração de ouro. Sean Connery fez de seu personagem uma presença sempre impressionante em tela. Suas cenas são sempre densas, e o fato de ele parecer não se levar muito a sério faz de sua figura alguém com quem se pode ter uma identificação quase imediata, coisa que só um ator de sua magnitude poderia fazer. Andy Garcia em início de carreira serviu como um perfeito complemento à dupla principal. Finalmente, o experiente Charles Martin Smith (foi um dos garotos de American Graffiti), servindo principalmente como a peça mais cômica do grupo – o contabilista que pega em armas – fechou o elenco principal com chave-de-ouro. a antológica cena do tiroteio na escadaria da estação de trem está aí embaixo.
 

2335 - THE MAKING OF A PRESIDENT 1960

(THE MAKING OF A PRESIDENT, USA 1963) - The United States presidential election of 1960 was held between Republican Vice President Richard Nixon, Democrat Senator John F. Kennedy, and Harry Byrd, an independent candidate. The year 1960 marks a tumultuous time in American history considering the building fear of communism. Kennedy was not the only man vying for the 1960 Democratic nomination. He was rivaled by Hubert Humphrey, Stuart Symington, Adlai Stevenson, and Lyndon Johnson. Campaigning for the primary election was not very common at the time, but Humphrey and Kennedy decided to, and it turned out to be beneficial for Kennedy. However this victory did not distract from the issue of Kennedy’s Catholicism, a heated topic given the Vatican’s power at the time. After Kennedy won the primary, he chose Lyndon Johnson as his running mate. Johnson was a Senator from Texas and could help Kennedy win the South. Also, according to American Decades 1960-1969, he turned out to be a better campaigner than Nixon’s running mate, Henry Cabot Lodge. As he had only been a representative for six years and a senator for two, Kennedy was generally less experienced and less well-known than Nixon. However, he successfully utilized the televised presidential debates to let the American public get to know him and his platform better. John F. Kennedy was victorious over Richard Nixon in the presidential election of 1960. That is a true statement, but there was so much more to the election than that. The popular vote was extremely close and made for a lot of tension within the country. Not only did the United States elect its youngest president in history, it elected the first Catholic one. Beyond the election itself and the president, 1960 marked the start of new ways of campaigning and debating. It is now common for nominees to campaign for the primaries just like Kennedy and Johnson did, and televised debates have become a sort of tradition for the American people. These specific debates also marked the start of massive media participation in the elections, even though there were no televised debates again until 1976. During this election American demonstrated how much it values equal participation in elections by the candidacy of a Catholic and the larger African-American voter turn out. It is because of the election of 1960 that presidential candidates and American voters have some of their current practices, expectations, and beliefs about elections that have overall improved the quality of elections.

 

sábado, 5 de julho de 2014

2334 - SENTENÇA DE MORTE

(DEATH SENTENCE, USA 2007) - O filme segue um pouco a linha de DESEJO DE MATAR, com Charles Bronson. Aqui, o vingador da vez é Kevin Bacon que, apesar do roteiro pouco original, tem, como sempre, uma atuação correta, mesmo esbarrando com algumas incongruências da história. Ele quer se vingar do assassinato do filho mais velho por uma gangue de rua sem noção. Como o roteiro já nos induz a pensar, ele vai se tornando uma espécie de "exterminador de vagabundo", mesmo sem ter o menor cacoete de miliciano. No elenco, Kelly Preston e o ótimo John Goodman, desperdiçado num papel sem importância. O diretor, pelo menos, faz algumas "homages" ao mestre Scorsese.
 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

2333 - ENCAIXOTANDO HELENA

(BOXING HELENA, USA 1993) - Este é um filme muito interessante e também muito pouco compreendido. A história é sobre um cirurgião, Nick (Julian Sands, com atuação bem fraca), que, depois de ter vivido um breve romance com uma garota de programa, Helena (Sherelyn Fenn), não aceita o fim do relacionamento. Quando Helena é atropelada em frente à sua casa, Nick a opera, amputando-lhe as pernas e os braços, para que ela fique à sua mercê. Num primeiro momento,  ENCAIXOTANDO HELENA pode até parecer um filme B de terror psicológico bem rasteiro, com seu título supostamente feito para chocar, mas a abordagem que a diretora Jennifer Chambers Lynch (sim, filha de David Lynch), também autora do roteiro, vai bem mais além do que isso. A meu ver, é uma história que mostra um dos comportamentos mais comuns na nossa cultura: a não aceitação do fim de um relacionamento amoroso e seus desdobramentos deletérios, nos quais o ciúme e a posse passam a ser valorizados como "prova de amor". Nada mais equivocado. Claro que no filme Nick leva ao paroxismo sua obsessão por Helena, justamente para mostrar ao espectador como as pessoas, em geral, reagem quando sua vaidade é abalada pela decisão da pessoa amada de ir embora. Não se pode esquecer que as pessoas têm o direito de ir embora da nossa vida, e que temos que respeitar esta decisão. Agir de forma contrária só mostra que nossa vaidade é tão grande, que não admitimos que o outro não mais nos considere importante. O filme demonstra esta atitude vaidosa e desrespeitosa que muitos têm em relação às pessoas que dizem amar. Deveria ser visto e analisado por muita gente. Um outro filme recente - A PELE QUE HABITO, do Almodóvar - vai pelo mesmo caminho e levanta questões similares.