EU, ROBÔ (I, ROBOT – USA 2004) – Ao investigar o aparente
suicídio do Dr. Alfred Lanning
(James Cromwell), o detetive de homicídios Del Spooner (Will Smith) depara-se com o
inconcebível: um robô, da moderna série NS-5,
pode ter sido o responsável pela morte, algo impossível dadas as três leis da
robótica, criadas pelo russo Isaac Asimov, em cuja obra o filme se baseia. Dono
de uma paranoia intensa e um ódio pelos autômatos que beira o racismo, Spooner
começa a aprofundar sua investigação com a reticente ajuda da Dra. Susan Calvin (Bridget
Moynahan), uma psicóloga de robôs que trabalha para a U.S. Robots,
multinacional, às vésperas da maior distribuição de androides de toda a
história da humanidade. Smith está como sempre: tem aquele ar despojado, de
quem não pediu para entrar na confusão, igualzinho aos outros personagens em
filmes de ação/ficção similares. Os efeitos parecem um pouco datados,
especialmente na sequência final. De certa forma, o filme, como todo os contos
de Asimov, aponta para as questões que já vimos em FRANKENSTEIN e BLADE RUNNER,
pois investigam facetas de um mesmo conflito: aquele entre a lógica que rege os
robôs e as criaturas correlatas e as reações bem pouco lógicas dos seres
humanos. A necessidade das criaturas de se espelhar em seus criadores ou de se
contrapor a eles, e a lisonja e a rejeição com essas tentativas são recebidas
por parte dos seres humanos também são componentes de todas essas obras citadas
acima.