terça-feira, 13 de janeiro de 2015

2518 - O DIA EM QUE A TERRA PAROU (2008)

(THE DAY THE EARTH STOOD STILL, USA, 2008) – O problema de se refilmar um clássico são as expectativas que, sempre desmedidas, acabam nos levando à frustração. É o caso deste remake em que Keanu Reeves interpreta Klaatu, papel que coube ao excelente Michael Rennie, no fantástico filme original, de 1951. Klaatu está aqui para dar aos humanos um ultimato: ou aprendemos a respeitar as outras espécies que vivem no nosso planeta - e o planeta em si - ou a raça humana será exterminada. A matemática é simples: se os humanos vivem, a Terra morre e com ela toda a rara variedade da vida existente aqui; se os humanos morrem, a Terra vive. No entanto, o que seria um debate entre representantes de mundos distintos, graças à ganância humana, logo torna-se uma corrida contra o tempo para evitar a aniquilação da nossa raça. Reeves, com um estilo quase “Spock”, sem demonstrar qualquer emoção além da marcação do personagem, está perfeito. Por outro lado, a bela Jennifer Connely parece totalmente deslocada como a cientista que inadvertidamente torna-se o centro da luta pela sobrevivência. A melhor cena do filme é quando Klaatu vai à casa do professor Barnhard (John Kleese, excelente), recriando com perfeição a mesma cena do filme original. Os CGIs são fracos, assim como quase todo o roteiro – afinal, que são aqueles protocolos para um encontro com um E.T.? Kathy Bates como Secretária de Defesa não convence, assim como a remodelação do Gort, o robô que acompanha Klaatu. Dirigido por Robert Wise, um exímio artesão da velha Holywood, o primeiro O DIA EM QUE A TERRA PAROU sobrevive muito bem como clássico B, em razão do estilo discreto, quase jornalístico, com que acompanha a imersão de Klaatu entre humanos. O que poderia ter sido uma ótima revisão deste clássico da ficção científica resultou apenas numa produção pífia, para ser esquecida, ou lembrada, como o dia em que o cinema parou.