(THE DAY THE EARTH STOOD STILL, USA, 2008) – O problema
de se refilmar um clássico são as expectativas que, sempre desmedidas, acabam nos
levando à frustração. É o caso deste remake em que Keanu Reeves interpreta
Klaatu, papel que coube ao excelente Michael Rennie, no fantástico filme
original, de 1951. Klaatu está aqui para dar aos humanos um ultimato: ou
aprendemos a respeitar as outras espécies que vivem no nosso planeta - e o
planeta em si - ou a raça humana será exterminada. A matemática é simples: se
os humanos vivem, a Terra morre e com ela toda a rara variedade da vida
existente aqui; se os humanos
morrem, a Terra vive. No entanto, o que seria um debate entre representantes
de mundos distintos, graças à ganância humana, logo torna-se uma corrida
contra o tempo para evitar a aniquilação da nossa raça. Reeves, com um
estilo quase “Spock”, sem demonstrar qualquer emoção além da marcação do
personagem, está perfeito. Por outro lado, a bela Jennifer Connely parece
totalmente deslocada como a cientista que inadvertidamente torna-se o centro da
luta pela sobrevivência. A melhor cena do filme é quando Klaatu vai à casa do
professor Barnhard (John Kleese,
excelente), recriando com perfeição a mesma cena do filme original. Os CGIs são
fracos, assim como quase todo o roteiro – afinal, que são aqueles protocolos
para um encontro com um E.T.? Kathy Bates como Secretária de Defesa não
convence, assim como a remodelação do Gort, o robô que acompanha Klaatu. Dirigido
por Robert Wise, um exímio artesão da velha Holywood, o primeiro O DIA EM QUE A
TERRA PAROU sobrevive muito bem como clássico B, em razão do estilo discreto,
quase jornalístico, com que acompanha a imersão de Klaatu entre humanos. O que
poderia ter sido uma ótima revisão deste clássico da ficção científica
resultou apenas numa produção pífia, para ser esquecida, ou lembrada, como o
dia em que o cinema parou.