DEADPOOL & WOLVERINE (USA, 2024) – Os filmes de Deadpool têm uma estética muito peculiar e, claro, não é para todos os gostos. Há uma deliberada iconoclastia sem limites, magistralmente conduzida por Ryan Reynolds, em total domínio do personagem e de suas ousadias verbais e físicas. Brincando com a intersecção dos multiversos da Marvel, o filme mantém as características dos dois anteriores (o primeiro é melhor), como a distribuição ilimitada de Easter Eggs e referências ao universo cinematográfico (a piada sobre a eterna juventude de Paul Rudd é um dos pontos altos). Deadpool é um personagem que convida a desconstrução do seu próprio universo, e essa ruptura diegética combinou muito bem com a intersecção com Logan e seus dramas existenciais. Aliás, Hugh Jackman crava as garras de adamantium na volta do personagem e proporciona uma reflexão sobre a saga dos mutantes. Apesar de ser divertido e irreverente, o filme fica comprometido ao trazer a questão dos multiversos de forma pouco crítica, confirmando, a me ver, o equívoco de não limitar essa estratégia narrativa pobre e preguiçosa, cujo objetivo é muito mais econômico do que artístico. Deadpool movies have a very peculiar narrative aesthetic and, of course, they are not to everyone's taste. There is a deliberate boundless iconoclasm, masterfully conducted by Ryan Reynolds, in total domain of the character and his verbal and physical daring. Playing with the intersection of Marvel's multiverses, the film maintains the characteristics of the previous two (the first is better), such as the unlimited distribution of Easter eggs and references to the cinematic universe (the joke about Paul Rudd's eternal youth is one of the high points). Deadpool is a character who invites the deconstruction of his own universe, and this narrative rupture combined very well with the intersection with Logan and his existential dramas. In fact, Hugh Jackman digs his adamantium claws into the character's return and provides a reflection on the mutant saga. Despite being fun and irreverent, the film is committed to bringing the issue of multiverses in an uncritical way, confirming, in my view, the mistake of not limiting this poor and lazy narrative strategy, whose objective is much more economic than artistic. Disney Plus.
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
4563 - DEADPOOL & WOLVERINE (2024)
DEADPOOL & WOLVERINE (USA, 2024) – Os filmes de Deadpool têm uma estética muito peculiar e, claro, não é para todos os gostos. Há uma deliberada iconoclastia sem limites, magistralmente conduzida por Ryan Reynolds, em total domínio do personagem e de suas ousadias verbais e físicas. Brincando com a intersecção dos multiversos da Marvel, o filme mantém as características dos dois anteriores (o primeiro é melhor), como a distribuição ilimitada de Easter Eggs e referências ao universo cinematográfico (a piada sobre a eterna juventude de Paul Rudd é um dos pontos altos). Deadpool é um personagem que convida a desconstrução do seu próprio universo, e essa ruptura diegética combinou muito bem com a intersecção com Logan e seus dramas existenciais. Aliás, Hugh Jackman crava as garras de adamantium na volta do personagem e proporciona uma reflexão sobre a saga dos mutantes. Apesar de ser divertido e irreverente, o filme fica comprometido ao trazer a questão dos multiversos de forma pouco crítica, confirmando, a me ver, o equívoco de não limitar essa estratégia narrativa pobre e preguiçosa, cujo objetivo é muito mais econômico do que artístico. Deadpool movies have a very peculiar narrative aesthetic and, of course, they are not to everyone's taste. There is a deliberate boundless iconoclasm, masterfully conducted by Ryan Reynolds, in total domain of the character and his verbal and physical daring. Playing with the intersection of Marvel's multiverses, the film maintains the characteristics of the previous two (the first is better), such as the unlimited distribution of Easter eggs and references to the cinematic universe (the joke about Paul Rudd's eternal youth is one of the high points). Deadpool is a character who invites the deconstruction of his own universe, and this narrative rupture combined very well with the intersection with Logan and his existential dramas. In fact, Hugh Jackman digs his adamantium claws into the character's return and provides a reflection on the mutant saga. Despite being fun and irreverent, the film is committed to bringing the issue of multiverses in an uncritical way, confirming, in my view, the mistake of not limiting this poor and lazy narrative strategy, whose objective is much more economic than artistic. Disney Plus.