UM HOMEM DE FAMÍLIA (THE FAMILY MAN, USA, 2000) – Assim como SIMPLESMENTE, AMOR, UHDF é um filme obrigatório de fim de ano. Há sempre um aspecto novo a ser descoberto no filme: ele começa com uma apologia ao capitalismo e à meritocracia, personalizada no personagem de Nicolas Cage, Jack Campbell, um executivo de Wall Street, centrado em si mesmo, sempre disposto a descartar o próximo. Daí, é inserido um componente metafísico – aparecimento do personagem de Don Cheadle, que permite a Jack ter um vislumbre de como teria sido sua vida com Kate (Téa Leoni), se ele tivesse casado com ela 13 anos antes. É possível interpretar certa glamourização da vida doméstica no subúrbio, quando o filme chega ao cotejo com a vida milionária de Jack e parte para uma dicotomia fácil: ela sugere que a felicidade estaria numa vida mais simples e que mundo do dinheiro pode comprar tudo, menos um sentido válido para a vida. No mais, temos a discussão sobre a sociedade competitiva, a exaltação da mulher como a responsável pelo equilíbrio entre os dois mundos antagônicos, sempre com a possível análise dessas transformações sob a ótica hegeliana. O desfecho, com Jack e Kate tomando um café no aeroporto, deixa o destino dos dois em aberto, e isso é um dos aspectos mais inteligentes do filme. Just like LOVE, ACTUALLY, TFM is a must-watch holiday movie. There is always a new aspect to be discovered in the film: it begins with an apology for capitalism and meritocracy, personalized in the character of Nicolas Cage, Jack Campbell, a Wall Street executive, centered on himself, always willing to discard people around him. Then, a metaphysical component is inserted – the appearance of Don Cheadle's character, which allows Jack to have a glimpse of what his life with Kate (Téa Leoni) would have been like, if he had married her 13 years earlier. It is possible to interpret a certain glamorization of domestic life in the suburbs, when the film compares it with Jack's millionaire life and goes for an easy dichotomy: it suggests that happiness would be in a simpler life and that the world of money can buy everything but a valid meaning for life. In addition, we have the discussion about the competitive society, the exaltation of women as responsible for the balance between the two antagonistic worlds, always with the possible analysis of these transformations from the Hegelian perspective. The ending, with Jack and Kate having a coffee at the airport, leaves the fate of the two open, and this is one of the smartest aspects of the film. Prime.
2.