sábado, 17 de maio de 2008

545 - COLATERAL

colateral (collateral, usa 2004) – excelente thriller com Tom Cruise e Jamie Foxx. Finalmente, um filme que envolve um motorista de táxi com a mesma qualidade de TAXI DRIVER de Martin Scorsese. Na belíssima seqüência introdutória, toda a atenção do filme está concentrada em Max (Foxx), um motorista de táxi que se prepara minuciosamente para iniciar o turno da noite. Logo de saída, pega uma passageira linda, uma promotora pública (Jada Pinkett Smith) com quem flerta abertamente. Esta afinidade é explorada pelo diretor Michael Mann com deliberada inspiração. Quando Cruise, de barba e cabelos grisalhos, entra no táxi, todos os alicerces do filme já estão fincados uma Los Angeles tumultuada e desconectada, e personagens que se definem, se reconhecem e se comunicam através de sua obsessão por trabalho. Vincent, o personagem de Cruise, acena com seis notas de 100 dólares para recrutar o taxista para levá-lo a cinco locais diferentes nas horas seguintes. Na realidade, Vincent é um assassino frio que tem como missão eliminar cinco pessoas naquela noite. Mann faz um filme magnífico que, rodado quase todo à noite (com uma nova geração de câmera digital, muito mais sensível à cor), no encalço de um táxi que percorre sem parar uma das cidades mais espalhadas do mundo, é antes de tudo uma prova de resistência. Cruise prova que é, de fato, bom ator e, neste papel, mostra que foi capaz de se reinventar. Foxx corrobora o Oscar de melhor ator este ano por Ray. Uma das cenas que mais gostei é quando Foxx, ao se preparar para sair com seu táxi, olha uma foto das ilhas Maldivas – o sonho que o mantém concentrado nos seus objetivos.