(OCEAN'S ELEVEN, USA 2001) - Rever este filme é sempre um prazer, por mais que o tempo passe. Se comparado ao excelente OCEAN'S ELEVEN original, com Frank Sinatra, este é dez vez melhor, das atuações ao roteiro, das locações ao clima de verdadeira amizade que transparece em cada cena. Raramente se viu um grupo de atores famosos tão à vontade, fazendo tudo profissionalmente, mas com evidente prazer de estar juntos, se divertindo e quase convidando o espectador para participar da história com eles. Regido com maestria pelo gênio Steven Soderbergh, tudo parece funcionar perfeitamente neste filme. Os cortes de cena, os diálogos engraçados, as locações feéricas de Las Vegas - sim, há um plano mirabolante e fascinante de roubar três enormes cassinos da cidade - vão se superpondo de maneira quase hipnótica, sempre ao som de "A little less conversation", com Elvis Presley. George Clooney está perfeito, assim como Brad Pitt e Andy Garcia. Mas, ainda temos Carl Reiner, Don Cheadle, Matt Damon e Julia Roberts. Puro deleite para quem gosta de cinema e de uma história bem contada. Tecnicamente, Onze Homens mistura elementos do clássico Golpe de mestre (1973) com o ágil Snatch (2001). Do primeiro, copia toda a preparação detalhada do grande golpe. Do segundo, reutiliza recursos de edição e montagem, de velocidade e trilha-sonora, como num videoclipe. O resultado agrada, logicamente, pela energia que sai dos astros. Soderbergh deixa o ritmo cair levemente durante o clímax e o desfecho, mas nada que prejudique. Nesse ponto, o espectador já mantém uma ligação forte com a trama, com os astros e com suas personagens.