sexta-feira, 2 de maio de 2008
348 - ENCAIXOTANDO HELENA
encaixotando helena (boxing helena, usa 1993) – a premissa deste filme até que é interessante: a obsessão de um cirurgião (Julian Sands, 04 de janeiro de 1958) por uma mulher aparentemente egoísta, até ele ter uma atitude extrema para obter a atenção dela. A atitude, no caso, é prendê-la em sua casa, cortar-lhe as pernas e os braços e colocá-la numa caixa – daí o título. Por mais estranho que isso possa parecer, acho que poderia render uma interessante alegoria sobre o desejo e seu objeto. Mas a diretora, Jennifer Chambers Lynch, filha do talentoso David Lynch, acaba estragando tudo neste seu filme de estréia. Até as referências óbvias, como a estátua da Vênus de Milo na casa do cirurgião, acabam ficando risíveis. O clima surreal da história é irremediavelmente prejudicado por um final irritante, para dizer o mínimo. O importante não é o ato físico de esquartejar uma pessoa, mas sim o fato de dominá-la psicologicamente, criando uma dependência irreversível. Art Garfunkel (05 de novembro de 1941) faz um pequeno papel, como um psicanalista. Bill Paxton (17 de maio de 1955) tem um personagem que sai da história de repente. Julian Sands, no entanto, está bem no papel do médico obcecado pela mulher que o rejeita. Ele é bom para estes tipos estranhos, como o cientista que fez em Aracnofobia. É o tipo do filme em que a atriz principal deve prestar atenção redobrada quando o diretor diz: “Corta!”