terça-feira, 6 de maio de 2008

363 - POSEIDON

poseidon (poseidon, usa 2006) – de Wolfgang Petersen, que já fez Tróia, Força Aérea Um, Mar em Fúria, Epidemia, Na Linha de Fogo e Inimigo Meu. Este remake de O Destino de Poseidon (1972) tinha tudo para superar o original, principalmente em termos de tecnologia, mas não vai além de um bom passatempo que funciona bem na tela grande. Não é um filme para DVD – em casa, o filme provavelmente perderá seu impacto e o apelo dramático, que já é inconsistente, certamente se reduzirá. Esta nova versão de Poseidon ficou bem parecida com o novo navio: fria, eficiente, impessoal e fadado a afundar como um prego. A nova ponte de comando do SS Poseidon mais parece uma nave espacial, tal a profusão de geringonças high tech que o comandante tem à sua disposição. Mesmo assim, a onda gigante que emborca o navio não é detectada, o que me leva a crer que o equipamento de radar dever ser do mesmo fabricante do detector de icebergs do Titanic. Na verdade, a primeira pessoa que avista a onda gigante é o personagem do subaproveitado Richard Dreyfuss (29 de outubro de 1947), cujo ato de suicídio é subitamente interrompido com a iminência da tragédia. Este desperdício de talento também acontece com Kurt Russel (17 de março de 1951), pouco à vontade no papel do pai preocupado com as aventuras da filha com o namorado. O competente Josh Lucas (20 de junho de 1971) faz bem o herói obstinado que desobedece ao capitão (André Braugher, 01 de julho de 1962) e tenta encontrar uma saída do navio de qualquer maneira. Contudo, Poseidon diverte quem procura uma aventura politicamente correta, sem os fantasmas terroristas que assombram a realidade mundial atualmente. À exceção da obscura Emmy Rossum, de O Fantasma da Ópera, o elenco responde bem à artesania velha-guarda de Petersen, cuja “direção de resultados” faz bem a Poseidon: nada de presunção, pretensão ou supostos estudos de personagens, e muita aventura e algum suspense, bem na onda dos filmes-catástrofe.