quarta-feira, 7 de maio de 2008

389 - O EXPRESSO POLAR


o expresso polar (the polar express, usa 2004) – de Robert Zemeckis. É o primeiro filme a ser concebido e realizado inteiramente num ambiente virtual. Tom Hanks faz cinco papéis diferentes, do menino ao condutor do trem que levará um grupo de crianças desiludidas com o Natal ao Pólo Norte, onde Papai Noel e seus elfos preparam os presentes. Sensores nos corpos, e principalmente nos rostos, dos atores são responsáveis por uma técnica batizada de “captura de desempenho”. Mas a vantagem dessa técnica é algo que ainda não está claro e O Expresso Polar mais acirra a dúvida do que a elucida. Zemeckis é um entusiasta das novidades tecnológicas (são dele, por exemplo, Uma Cilada para Roger Rabbit e Forrest Gump) e considera que essa tecnologia que torna os atores digitais indistinguíveis dos atores verdadeiros uma revolução na indústria cinematográfica. No entanto, a idéia de que um diretor possa dispensar os atores ou burilar a posteriori sua performance (e, quem sabe, desfigurá-la) apavora a categoria. Mesmo cineastas conhecidos por seu espírito inovador, como Spielberg, acreditam que o imprevisto é, em grande medida, responsável por aqueles momentos fortuitos em que o cinema se torna algo maior. Eliminar essas variáveis não seria, assim, um progresso, mas um atalho para um cinema ainda mais despersonalizado. No entanto, o lirismo e o escopo técnico de O Expresso Polar fazem do filme um divertimento garantido. Gostei muito.