sexta-feira, 9 de maio de 2008

415 - SUPERMAN, O RETORNO

superman, o retorno (superman returns, usa 2006) – de Bryan Singer, que criou um argumento pobre, em se tratando de um super-herói: depois de cinco anos, durante os quais foi ver de perto as ruínas de Kripton, seu planeta natal, o Super-Homem (Brandon Routh) volta para uma Metrópolis mudada para pior, que incorpora obrigatoriamente o sentimento de caos que se seguiu ao 11 de setembro. Esse mundo para o qual Clark Kent retorna é um lugar do qual a idéia de um deus parece ter se ausentado. Personificando o vacilante Clark Kent, o herói retoma seu emprego no Planeta Diário para, pelo menos, reencontrar Lois Lane (Kate Bosworth). Mas ela não só arrumou um filho e um noivo, como vai receber o prêmio Pulitzer, por um artigo intitulado “Por que o mundo não precisa do Super-Homem”. Não há fúria em todo o universo que se compare à de uma mulher desprezada, mesmo que ela o tenha sido pelo Super-Homem que, para ela, sumiu da sua vida como um canalha qualquer. Kevin Spacey faz um Lex Luthor mais parecido com o Dr. Evil de Austin Powers do que uma real ameaça à humanidade. Na realidade, o filme parece não precisar de um vilão, já que o foco é o conflito interior do Super-Homem e sua relação que beira o impossível com Lois Lane. O roteiro também retoma o poder simbólico de que, dentro dos tímidos, desajeitados e míopes do mundo inteiro, existe uma forma latente de um herói pronto para despontar e arrebatar a todos. O ótimo Frank Langella faz um Perry White sem muito espaço para brilhar. Em contrapartida, o diretor faz uma junta homenagem a Frank Larson, o Jimmy Olsen da série de TV dos anos 50, com George Reeves: ele é o bartender que ouve pacientemente os repórteres do Planeta Diário, que, entre um drinque e outro, procuram relaxar depois do trabalho.