VELOZES E FURIOSOS 5 (FAST 5, USA
2011) – Achei o primeiro F&F abaixo da crítica, por
causa do roteiro fraco e atuações canastronas, sob o pano de fundo do “car
porn”, o que, convenhamos é o fim da linha do bom gosto. Por isso, larguei a
franquia. Não tinha o menor interesse em filmes que mostravam mocinhos
anabolizados e furiosos em seus carrões que, na ótica psicanalista, tem tudo a
ver com uma certa compensação fálica, sempre baseada num questionável padrão de
virilidade. Em 2010, o Brasil estava em alta, com a perspectiva das Olimpíadas
e da Copa do Mundo. Mas pouco se vê do Rio de Janeiro, além de tomadas aéreas
que foram inseridas para costurar as cenas filmadas em Porto Rico. A
pós-produção se encarregou de mostrar um filme cuja ação se passa no Rio de
Janeiro sem quase nenhuma cena filmada em solo brasileiro, apesar da estética
da favela estar presente nos planos abertos e uma cena na qual Paul Walker
bebe, despreocupadamente, uma Brahma. Para nós, ver o simulacro do cenário e da
cultura do nosso país, através da visão do estrangeiro oscila entre o
constrangimento e o riso inadvertido. O que vale aqui é constatar que FAST 5
marcou uma guinada na franquia, levando-a ao gênero de ação mais tradicional,
com ações cada vez mais exageradas e sem qualquer apego às leis da física. Ou
seja, fica-se entre um razoável filme de ação e uma produção “trash”,
especialmente quando provoca uma comicidade mais involuntária do que
roteirizada, ao apresentar diálogos lamentáveis que o elenco sem talento
dramático entrega com generalizada canastrice. Mas, ao que parece, a série foi
feita para quem não exige quase nada dos neurônios. Isso, creio, explica o
sucesso de um produto tão pedestre, fato comum em tempos pós-modernos.