ALIEN – COVENANT (USA, 2017) – Alguém
deveria impedir os grandes criadores que, por qualquer razão que seja, tentam destruir
suas obras-primas. Por mais estranho que isso possa parecer, acontece com frequência.
Ridley Scott vem se empenhando em desqualificar seu magistral ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO
(1979) desde o equivocado PROMETHEUS, de 2012. Pois bem, ALIEN: COVENANT é uma continuação
que degrada e corrompe sua fabulosa criação, protagonizada por Sigourney Weaver
e que assombrou o mundo – este e outros. O roteiro deste filme é amadorístico, as
interpretações são sofríveis, incluindo a do grande Michael Fassbender, como David
e seu gêmeo sintético Walter. O que mais dói é a tentativa de explicar o que não
deve ser explicado. Em STAR WARS, não se sentiu a necessidade de explicar a Força;
em ALIEN, ninguém se preocupava em apresentar a árvore genealógica da espécie alienígena
que marcou gerações. Por que, agora, esta tentativa de esclarecer tudo e, pior,
esclarecer mal? Não há em COVENANT suspense nem tensão, mas tão somente tédio e
repetição, desfigurando o nobre ato que o cinema simboliza tão bem: a criação.