segunda-feira, 14 de agosto de 2017

2906 - A MÚMIA

Cruise, deslocado, e Crowe, mal aproveitado
A MÚMIA (THE MUMMY, USA, 2017) – A MÚMIA é o primeiro filme dos Estúdios Universal formatado numa linha meio retrô, chamada “DARK UNIVERSE”. Começa mal com esta produção canhestra, sob o suposto carimbo de qualidade que as presenças de Tom Cruise e Russel Crowe poderiam oferece a quem procura um “remake” à altura dos clássicos da Universal da década de 30, com Boris Karloff, Bela Lugosi e Lon Chaney Jr, atores que, respectivamente, deram vida – ou, vá lá, meia vida – ao monstro de Frankenstein, Drácula e o Lobisomem. O filme em questão está muito abaixo do medíocre: o roteiro é paupérrimo, os astros acima citados não brilham e o abuso do CGI não é menos que irritante. Cruise está mal escalado – é axiomático que este não era um papel para ele, que ainda retém os cacoetes do Ethan Hunt de MISSÃO IMPOSSÍVEL (este, sim, o veículo perfeito para sua atual fase de carreira). Crowe não conseguiria mesmo ir muito além com seu simulacro de Dr. Jeckyll. Pena. Um grande ator (maior que Cruise, em termos dramáticos), perdido numa produção que frustra o espectador que ainda acredita na magia renovadora do cinema. A MÚMIA não traz nada disso.