BELEZA
OCULTA (COLLATERAL BEAUTY, USA, 2016) – Estrelado
por Will Smith, que esteve na Comic Con em São Paulo, neste último final de
semana, BELEZA OCULTA é um drama feito para emocionar, mas por pouco não se
perde na armadilha da pieguice resultante da soma de assuntos emocionalmente
delicados: amor, tempo e morte. São para estas abstrações que Howard (Will
Smith, em boa atuação) escreve três cartas, nas quais questiona as razões para
o sofrimento que o mantém recluso e infenso a qualquer contato com o mundo: a
morte de sua filha de seis anos. É claro que qualquer filme que trate de cartas
me interessa sobremaneira, fui seguindo os passos do roteiro até o entrecho
final e me surpreendi com uma solução bem interessante, em que amor, tempo e
morte se conectam sensivelmente, unindo e resignificando as vidas dos
personagens, além de nos reservar uma supresa que tira o filme da rota da
lágrima fácil. Destaque, no elenco, para Keira Knightley e Michael Peña. E,
claro, para Nova Iorque enfeitada para o Natal, que é sempre uma forma de
voltar ao passado. O filme toca todas aquelas sensibilidades que ficam mais à flor
da pele: solidão, rejeição, culpa, amor, cumplicidade, desejo de proteger, entre
outras.