Vikander e Fassbender, numa situação delicada |
A LUZ ENTRE OCEANOS (THE LIGHT BETWEEN THE
OCEANS, USA, 2016) –
Preparem os lenços! Logo após a Primeira Grande Guerra, Tom e Isabel, casados,
(Michael Fassbender e Alicia Vikander – que também são casados na vida real),
vão morar numa ilha minúscula, na qual ele é responsável pelo funcionamento do
farol. Ela perde dois bebês, até que, um dia, aparece um bote, com um homem já
morto e um bebê. Contra a vontade de Tom, Isabel decide que vão criá-lo, sem
notificar as autoridades. Anos depois, aparece a mãe verdadeira da criança, e o
drama se instala na vida de todos os personagens, todos com suas razões
irretocáveis em relação ao acontecido. A bela fotografia, juntamente com a boa
atuação dos protagonistas, ajuda a amenizar o peso do drama que se estende até
ali, quase no exagero da exploração das emoções humanas em relação à
maternidade. As questões morais e éticas são colocadas de maneira clara e
direta, oportunizando uma excelente oportunidade para uma reflexão sobre como e
quando se deve fazer a coisa certa. Ficamos, não raro, sem saber se o certo é o
melhor ou vive versa. É notável a atuação de Michael Fassbender, trazendo mais uma
das suas performances cheias de sutilezas, que quase eliminam a necessidade de diálogos,
assim como a de Alicia Vikander, que finalmente teve a oportunidade de mostrar alguma
musculatura dramática. O argumento lembra muitas das novelas de Manoel
Carlos.