MERLÍ – TEMPORADA 1 (ESPANHA, 2015) - A badalada série trazida pela Netflix é, a princípio, uma mistura de Malhação com SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. Mas logo percebemos que as situações vividas pelo professor de filosofia Merlí (Francesc Orella) e seus alunos, numa escola pública em Barcelona, vão muito além do trivial filosófico, sem ser pretensiosas. O enredo ajustável sempre tem três planos entre os episódios. O principal, apresenta Merlí e suas peripécias; logo em seguida, vem o dos alunos e seus atos consequentes das epifanias nas aulas; e o terceiro tem a ver com os pais e professores que, de alguma forma são atingidos pelas ações indiretas e diretas de Merlí, que não hesita em se arriscar e se abrir para o novo. Assim, o professor está sempre relacionado aos conflitos, sem ser puritano. É curioso notar que a iluminação é quase sempre natural, o que pode ensejar uma interpretação audaciosa: as grandes janelas – que aparecem em várias cenas – podem representar a influência e o conhecimento vindo de fora, como lampejos de consciência. Outros sinais são indicativos da natureza do programa – o pôster de Nietzsche, por exemplo, que aparece em quase todos os episódios, enfatizando a índole niilista e trágica do personagem principal. De qualquer forma, a série significa muito para mim em função da fraterna recomendação que meu querido Joe fez dela. The trendy series brought by Netflix is, at first, a mixture of Malhação and DEAD POETS SOCIETY. But we soon realize that the situations experienced by the philosophy teacher Merlí (Francesc Orella) and his pupils, at a public school in Barcelona. Go far beyond the philosophical jibber-jabber, without being highfalutin. The pliable plot has always three distinct plans between the episodes: the main one presents Merlí and his adventures; then, comes the students’ plan and their consequent acts as a result of the epiphanies in classes; the third one has to do with the parents and teachers who, somehow, are touched by Merlí’s direct and indirect actions. He is a plunger and risk taker, a seeker open to the new. Thus, the Philosophy teacher is always related to the conflicts and he is never prudish. It’s worth noticing that the light is almost always natural, what can be inferred by the big open windows in several scenes that may represent knowledge coming from the outside, as flashes of conscience. Other signs indicate the nature of the show: the Nietzsche poster, for example, present in almost every episode, emphasizing the main character’s nihilist and tragic personality. Anyway, my dearest Joe’s recommending the show means a lot to me.