segunda-feira, 27 de junho de 2022

4079 - QUANDO DUAS MULHERES PECAM (1966)

Bibi Anderson e Liv Ulmann

QUANDO DUAS MULHERES PECAM (PERSONA, Suécia, 1966)
– Essa obra-prima de Bergman ainda é um dos maiores filmes já realizados, principalmente por causa de sua concepção simples para um tema profundamente complexo: uma atriz, Elizabet (Liv Ulmann), se recusa a falar e, acompanhada de uma enfermeira, Alma (Bibi Anderson), vai passar um período numa casa de praia, onde a relação das duas se aprofunda num embate entre a fala de Alma e o silêncio de Elizabet. Bergman vai costurando essas dicotomias de maneira magistral: preto e branco, dia e noite, som e silêncio, solidão e identidade pessoal, corpo e alma (sim, o nome da enfermeira não é à toa). Além disso, o filme aprofunda a percepção dual da vida, a linguagem como autoanálise e o sentido gestáltico das narrativas. O título em português é lamentável. This Bergman’s masterpiece is still one of the greatest movies ever, mainly because of its simple conception for a a deeply complex theme: an actress, Elizabet (Liv Ulmann), refuses to talk and, accompanied by a nurse, Alma (Bibi Anderson), spends a period of time in a beach house, where their relationship deepens whilst there is a confrontation between Alma’s speech and Elizabet’s silence. Bergman masterfully works the dualities: black and white, day and night, sound and silence, loneliness and personal identity, body and soul (yes, the nurse’s name is not accidental). Besides, the movie intensifies the dichotomic perception of life, language as self-analysis and the  gestaltic sense of the narratives. TC Cult.