AS GRANFINAS E O CAMELÔ (Brasil, 1977) – A lógica dos roteiros das pornochanchadas sempre seguiu caminhos tortuosos e paradoxais: ao mesmo tempo em que as histórias se desenvolviam em torno de uma suposta liberação sexual, mostrada de modo mais explícito na década de 70 (mas nunca com bom gosto), dando vazão à repressão dos costumes provocada pelo pesado clima político da época, havia também uma confirmação do machismo e da submissão da mulher, esta invariavelmente retratada como pretexto para traições, manipulações e violência por parte dos homens, protagonistas contumazes de situações desprovidas de hilaridade e arrogância. Neste filme dirigido por Ismar Porto, Carlo Mossy faz mais um papel sem-noção, forçando o estereótipo do homem simplório, sujeito à manipulação, em contrapartida com as pessoas da elite carioca, sempre mostradas como indivíduos superiores, cuja conduta beira os padrões mais levianos. The logic of the scripts of the pornochanchadas has always followed tortuous and paradoxical paths: at the same time that the stories developed around a supposed sexual liberation, shown more explicitly in the 70s (but never with good taste), giving vent to the repression of customs caused by the heavy political climate of the time, there was also a confirmation of machismo and the submission of women, This is invariably portrayed as a pretext for betrayals, manipulations and violence by men, stubborn protagonists of situations devoid of hilarity and arrogance. In this film directed by Ismar Porto, Carlo Mossy plays another clueless role, forcing the stereotype of the simple-minded man, subject to manipulation, in contrast to the people of the carioca elite, always shown as superior individuals, whose conduct borders on the most frivolous standards. Canal Brasil.