PATERSON (USA, França, Alemanha, 2016) – O filme de Jim Jarmusch é literalmente sobre o fazer poético. Paterson é uma cidadezinha em Nova Jersey, onde mora Paterson (Adam Driver), um motorista ( ! ) de ônibus e também poeta. Jarmusch insere no roteiro várias referências a imagens duplas, como gêmeos, por exemplo. A cidade se chamar Paterson assim como o personagem principal também indica essa dualidade, como se o diretor quisesse dizer que nunca estamos sozinhos – há sempre alguém lá fora com quem podemos nos identificar. Nesse sentido, o sobrenome de Adam (Driver) e sua função na história (um motorista) constituem uma outra duplicidade, certamente não imaginada pelo diretor, cujo significado apenas tem sentido para os falantes de português. O roteiro é simples: é possível encontrar poesia no cotidiano, em lugares inesperados, perto de pessoas com alma igualmente lírica. Uma obra-prima. Jim Jarmusch’s movie is literally about the poetic doing. Paterson is a small town in New Jersey, where Paterson (Adam Driver), a bus driver and also a poet, lives with his wife. Jarmusch refers to double images, like twins, for example. The name of the town and the protagonist’s name also indicates this duality, conveying the idea that we are never alone – there is always someone out there with whom we can identify. In this sense, Adam’s surname (Driver) and the his job in the story (a driver) is also another unexpected duplicity that only Portuguese speakers can notice. The script is quite simple: it is possible to find poetry in everyday life, in fortuitous places, among people with lyric souls. A masterpiece. MUBI.
