BLADE
RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES (BLADE RUNNER, USA 1982)
– Mistura de ficção do século XXI com os filmes noir de detetive dos anos 40, o
filme de Ridley Scott resultou numa visão de uma distopia ácida que, mesmo
depois de tantos anos, ainda impressiona pelas questões existenciais que
levanta. O espetacular desenho de produção mostra a visão de Scott para uma Los Angeles em 2019 (daqui a dois anos!!!), sombria e iluminada
por neon, com ruas superpovoadas sobre as quais cai uma chuva ácida contínua e
se transformou num paradigma para filmes do gênero desde então. Repleto de
simbolismo, BLADE RUNNER gerou muito debate sobre religião, clonagem, ética,
poluição, eugenia, relações sociais etc. A versão do diretor tem cenas
adicionais, deixou de fora a narração em off de Ford e o final feliz imposto
pelo estúdio. Rever a cena em que Roy (Rutger Hauer) acaricia uma pomba e diz a
famosa fala (inventada por ele próprio), ainda é de um impacto enorme: “E todos
estes momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva...”. Obra-prima,
um dos pontos mais altos do cinema de ficção científica.