sábado, 28 de outubro de 2017

2969 - POLTERGEIST, O FENÔMENO

  
Poltergeist: terror sem palhaçada
  POLTERGEIST, O FENÔMENO (POLTERGEIST, USA 1982) – Steven Spielberg e Tobe Hooper (de O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA, 1974) dirigiram este que talvez seja um dos melhores filmes de terror já feitos: uma família tem sua casa visitada por fantasmas, aterrorizando o casal e os três filhos, até raptar a filha mais nova. Sequências memoráveis, com efeitos especiais mecânicos e altamente eficientes, num “timing” perfeito, fazem deste filme um paradigma do gênero. A grande sacada de Poltergeist, título que faz alusão às forças sobrenaturais que circundam o drama da família Freeling, está no seu desenvolvimento, na qualidade técnica e nas boas escolhas de elenco. Apesar de apresentar um terror bem resolvido, o filme traz boas estratégias presentes no suspense e cenas cômicas que não destoam do restante do longa. Há, subjacente, uma crítica aos efeitos da televisão (coisa comum nos debates inteligentinhos da época): Como é que os espíritos penetravam na casa e tomaram conta da menininha? Através do eletrodoméstico mais valorizado no século XX, a televisão. Os espíritos surgem, não aterrorizando, mas seduzindo, como num dos inúmeros programas de televisão. A beleza construída pelos espíritos para seduzir esconde o horror, como a televisão normalmente o faz: a beleza construída pelo meio é para seduzir, sim, mas também é para esconder o grande horror das mazelas sociais da vida dos telespectadores. Tirando esta abordagem mais intelectual, o fato é que POLTERGEIST ainda funciona como veículo de terror eficiente e que atende as expectativas de um filme deste gênero: assusta sem pedir licença.