O diabo não veste Prada |
FAUSTO (FAUST: EINE DEUTSCHE VOLKSSAGE, Alemanha, 1926) – Adaptação de Murnau da peça de Goethe: o demônio Mefisto aposta com Deus a corrupção moral da alma de um homem. Por causa do sucesso anterior do diretor, THE LAST LAUGH (1924), UFA lhe deu orçamento ilimitado para este filme. E Murnau aproveitou para fazer um filme impressionante: FAUSTO se apoia em imagens impactantes (atenção para Mefisto se agigantando sobre a cidade e espalhando as sementes da peste negra). A combinação de trucagens óticas e figurino marcante, além das locações com inspiração expressionista, torna o filme uma festa para os olhos. Murnau emprega todos os elementos conhecidos – fogo, vento, bruma, raios – para sugerir o tom sombrio da narrativa e fazer do filme uma verdadeira obra de arte. As referências expressionistas sustentam a estética da narrativa, junto com a belíssima cinematografia, especialmente nas sequências mais sombrias. Junto com NOSFERATO (1922), FAUSTO está no panteão do cinema expressionista alemão que, no pós guerra, tinha como público a classe média reprimida, sem identidade nacional por causa das perdas infligidas pelo Tratado de Versalhes, passou, a partir de FAUSTO, a privilegiar a identidade cultural atrelada à realidade da República de Weimar. O filme é um espetáculo escapista, mas também uma fábula de corrupção e maldade, frente às qualidades redentoras do amor e do perdão. Murnau’s adaptation of Goethe’s: The demon Mephisto wagers with God that he can corrupt a mortal man's soul. 'Faust' is based on some remarkable visuals, solid acting, a truly sinister villain, and above all is an epic tale of love, loss and evil. Relying very heavily on visuals, 'Faust' contains some truly stunning on-screen imagery, most memorably the inspired shot of Mephisto towering ominously over a town, preparing to sow the seeds of the Black Death. A combination of optical trickery and striking costumes and sets makes the film an absolute delight to watch, with Murnau employing every known element – fire, wind, smoke, lightning – to help produce the film's dark tone. 'Faust' is a masterpiece to behold. The scenery is expressionistic and gives the film a strong sense of beauty (which is increased by the excellent cinematography), especially in the darker scenes; all of which are an absolute delight to behold. It definitely deserves its place next to 1922's NOSFERATU in the pantheon of German Expressionism. Frontloaded in terms of spectacle and dazzling visuals, this retelling of Goethe's classic version of Dr. Faust's story is as slow paced and dark as Nosferatu but with the kind of fantastic, mystical and romantic blend that characterized German post-war cinema. A cinema aimed at repressed lower middle-classes which, in the absence of a national identity swept away by war, were now turning to a new cultural identity conscious of the social realities of the times. In that sense, Murnau's Faust is part escapism spectacle, part edifying fable on the corruption of evil and the redeeming qualities of love and forgiveness. TC Cult.