NIXON (USA, 1995) – Cinebiografia de
Richard Milhous Nixon, com o grandíssimo Anthony Hopkins no papel-título. É
curioso perceber que Nixon, a epítome do que poderia haver de mais desenxabido
na política americana, tenha sido vivido, em três filmes diferentes, por atores
excepcionais, além de Hopkins: Frank Langela, no ótimo FROST E NIXON (2008) e,
mais recentemente, Kevin Spacey, no divertido ELVIS & NIXON (2016). O filme
de Oliver Stone mostra a trajetória pessoal e política do adversário de Kennedy
na corrida presidencial de 1960, concentrando-se, principalmente, nas suas fraquezas
e contradições em seu mandato, até a derrocada de Watergate. Embora em nada parecido fisicamente com o personagem real, Hopkins mostra um talento incomparável na composição de
uma figura emocionalmente frágil que, em determinado momento, ouve da esposa
Pat (a competentíssima Joan Allen) que ele nunca seria amado como JFK. Apesar de
suas conquistas – o fim da guerra no Vietnam e o relativo sucesso nas relações internacionais
com a China e a União Soviética, Nixon, conforme o filme mostra, ficou na história
como um político sem carisma, cujas reconhecidas competências foram por água
abaixo em função do escândalo que o levou ao impeachment.
