terça-feira, 17 de janeiro de 2017

2869 - A GAROTA DINAMARQUESA

    
A GAROTA DINAMARQUESA (THE DANISH GIRL, USA/DENMARK, 2015) – Tanto Alicia Vikander quanto Eddie Redmayne são atores de imensa expressão física. Os dois encontram nos personagens deste filme o lócus perfeito para transmitirem todas as emoções de uma história com alto potencial dramático: a do pintor dinamarquês Einar Wegener, que na década de 20 foi um transgênero pioneiro e passou a ser Lili Elbe – uma transformação radical não só para ele, mas também para sua mulher, a artista Gerda Wegener. Redmayne como Einar/Lili consegue chegar a um limite arriscado na composição de uma figura tão difícil e intensa quanto o Stephen Hawking de A TEORIA DE TUDO. Há um certo momento em que ele parece que vai nos cansar com os trejeitos da mulher que emerge dentro dele, mas, logo em seguida, tudo volta à normalidade, e Redmayne toma de vez o controle do personagem de forma definitiva, embora muita coisa potencialmente interessante se perca nesta passagem. Mas é Alicia Vikander que realmente impressiona na pele da esposa que quer ajudá-lo, mas naturalmente também quer impedi-lo; quer compreendê-lo, mas está cada vez mais confusa; e quer reconquistá-lo, embora já o veja mais como mulher do que como o homem com quem casara. A segunda parte do filme possui uma representação mais pobre, quase uma “soap-opera” em que se abusa das emoções mais simplistas para se chegar a um resultado razoavelmente dramático.