SCARLETT JOHANSSON (USA, January 21st, 2017) – “Presidente Trump, eu não votei em você. Eu respeito que você seja o presidente eleito e eu queria ser capaz de apoiá-lo, mas, antes, eu peço que você me apoie...”. Foram estas as palavras que se destacaram no discurso de Scarlett Johansson na Marcha das Mulheres, em Washington, um dia depois da posse de Trump. O protesto na capital americana remete ao nome de duas outras grandes marchas por direitos civis: a de 1963, liderada por Martin Luther King e marco da reivindicação dos negros do país; e a de 1913, quando o grande mote aglutinador foi a defesa do voto feminino. Em tudo isso, o que mais me impressionou foi ver a beleza, a sensualidade, o talento e todas aquelas qualidades que fazem desta mulher uma artista excepcional, a serviço de um protesto que todos gostaríamos de fazer, diante desta indignação inicial que o presidente americano vem provocando planetariamente. Ela, sobretudo, foi corajosa, se expôs desabridamente e demonstrou que sua consciência de cidadã é tão grande quanto à sua presença mesmerizante, nas telas, no nosso imaginário mais inconfessável e, agora, nas renovadas aspirações progressistas de todos que experimentaram o lado amargo da democracia.