Há de se ter uma paciência de ferro para aturar um chato desses
CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL (CAPTAIN AMERICA: CIVIL WAR, USA 2016) – Esta edição de Os Vingadores serviu para confirmar o óbvio: o Capitão América é um chato! O personagem vivido por Chris Evans (muito bem, por sinal) é um daqueles exemplares do “politicamente correto” que, cá para nós, distoa do universo irreverente dos super-heróis das HQs. Por isso, Robert Downey Jr., muito à vontade na lataria do Homem de Ferro, é muito mais agradável de ver, por causa da irreverência e saudável autodepreciação que pontilha seus diálogos. Neste filme, mais uma vez, o excesso de heróis – e de atores do primeiro escalão – acaba por fragmentar a fruição da história (mal desenvolvida, por sinal). Não há, propriamente, um inimigo a ser combatido. O que vemos é mais uma briga em família, num drama tolstoniano, com dois grupos com visões opostas em relação a um assunto delicado: deveriam os Vingadores se submeterem a uma supervisão que controlasse suas missões e, principalmente, os danos colaterais decorrentes delas? O Homem de Ferro acha que sim, e o Capitão América acha que não. Os super-heróis se dividem e acabam lutando entre si. Os diálogos são mal construídos e longos demais, o que dispersa um pouco a atenção de quem espera mais ação – a taõ falada cena do aeroporto não foi lá assim tão vibrante. Scarlett Johansson continua linda como a Viúva Negra, o Hulk não deu as caras e Tom Holland, como o Homem-Aranha, foi uma boa surpresa. Prefiro os filmes solo.