BATA ANTES DE
ENTRAR (KNOCK, KNOCK, USA 2015) – Diversão
e apelação andam de mãos dadas durante este filme que conta uma história
pertubadoramente possível de acontecer com qualquer pessoa: um marido fiel, mas
meio palerma (Keanu Reeves), abre a porta para duas garotas lindas e animadas e
seu arrependimento pode levar a consequências nada agradáveis. No início, elas
se insinuam, e ele se esquiva, mas as duas lançam mão de um, digamos, golpe
baixo, e lá se vão 14 anos de de fidelidade conjugal pela janela. Típico exemplo
do cinema de “exploitation” americano (filmes apelativos, com temática sensacionalista),
KNOCK KNOCK bate na tecla da transgressão e carrega na violência e no uso
instrumental do sexo. O filme é melhor do que se poderia imaginar especialmente
por causa das duas atrizes que, além da beleza que o papel exige, também são
talentosas no que lhe compete (não se quer aqui um altíssimo voo dramático,
claro). Uma delas é Ana de Armas, uma cubana radicada na Espanha, dona de uma
infantilidade e sex appeal pertubadores. A outra, Lorenza Izzo, chilena radicada
nos EUA, é capaz de provocar tanto arrepios de medo quanto de lascívia. Keanu Reeves
vai bem, com seu jeito de quem acabou de acordar, e parece genuinamente perdido
nas consequências injustas de seu ato ingênuo. O filme oferece uma boa oportunidade
para a reflexão sobre se realmente as mulheres têm esta posição tão inferior assim
na sociedade e a latente misandria que, em muitos casos, se torna invisível e
quase esquecida. Remake de DEATH GAME (1977), com Sondra Locke, então mulher de Clint Eastwood.