domingo, 21 de janeiro de 2018

3026 - DEADPOOL

  
Reynolds, no papel certo...
    
DEADPOOL (USA, 2016) – O filme é realmente muito divertido, além de possibilitar uma curtição extra: ficar atento para as referências cinematográficas que pululam ao longo do roteiro escrito sem pudores por Rhett Reese e Paul Wernick. Além disso, é o “turning point” na carreira de Ryan Reynolds. Ele, de fato, está à vontade na pele castigada deste herói que eleva o politicamente incorreto ao patamar mais nobre jamais visto no cinema. Suas falas são engraçadas – faz troça até com o próprio Reynolds – e, surpreendentemente, preenche as cenas com uma fisicalidade estonteante, acompanhada de uma narrativa não linear que cativa a partir da estupenda sequência inicial. Seu destino romântico, Morena Baccarin, nunca esteve tão bonita num filme e está perfeita como o personagem que resgata os sentimentos do anti-herói e ainda dá um novo sentido à expressão “olhos oblíquos”. O grande destaque é mesmo para as falas hilariantes, quase todas costuradas inteligentemente com referências pop – portanto, quem não anda ligado no que acontece no mundo não vai entender metade das tiradas. Não há uma piada que não funcione. As sequências de ação são muito bem filmadas e nos remetem ao estilo de Tarantino, sem o irritante recurso das “shaky-cams” que infestam tantas outras produções. A ousadia de um filme assim mostra que vale a pena ter coragem para romper com certos paradigmas que tanto engessam criativamente muitos dos lançamentos recentes. DEADPOOL: o diretor é ótimo, Reynolds é fenomenal e o script fantástico.