quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

3037 - PLANETA DOS MACACOS - A GUERRA

     
Andy Serkis, magnífico
PLANETA DOS MACACOS A GUERRA (WAR FOR THE PLANET OF THE APES, USA 2017) – Não chega perto do original, de 1968, com Charlton Heston, mas este filme é realmente benfeito e com um arco dramático que faz referências explícitas aos genocídios e ao terror de forma tão contundente, que não há como fazer uma profunda reflexão sobre a natureza humana. Algo que tem a ver com a “banalidade do mal” de que falava Hannah Arendt perpassa o roteiro deste terceiro episódio da série iniciada em 2011. É um filme tenso, sofrido e extremamente estimulador à consciência dos elementos constitutivos das relações entre dominantes e dominados. Tecnicamente, é uma produção primorosamente espantosa. A “performance capture” é de um nível tão alto que beira a perfeição: é assim que Andy Serkis, numa atuação impecável, transmite, com suas expressões faciais, a dor e o sofrimento cósmico que Cesar, o símio que lidera o imenso contingente de macacos acuados em guetos naturais. É notável o assombro e a desilusão que brotam dramaticamente dos olhos de Cesar, diante do cortejo de horrores provocado pela violência do homem em relação ao seu povo. É um retrato de um retrocesso civilizatório inevitável, resultado, sobretudo, da ânsia de poder e da falta de diálogo. É, de longe, muito melhor do que os dois filmes anteriores.