A boneca |
1 BONECA INFLÁVEL (AIR DOLL, Japão, 2009) – Mistura poética de Blade Runner, A.I., Pinocchio e Toy Story,
o filme do diretor Hirokazo Koreeda parte de uma premissa que pode dar uma
ideia equivocada sobre o roteiro: um garçom solitário compra uma boneca inflável
para mitigar sua solidão e, um dia, ela se percebe com um coração e uma
incontrolável curiosidade de conhecer o mundo. De forma poética (as cenas de Tóquio
são primorosas), lento e lindamente fotografado, o filme mostra o grande vazio
das grandes cidades. Vê-se que, assim como a boneca, as pessoas também são
vazias, solitárias e, em muitos casos, também facilmente substituíves. Há também
a discussão sobre o papel da mulher numa sociedade extremamente machista como a
japonesa e as relações descartáveis e tão pouco valorizadas que quase nem se nota
quando as jogamos, literalmente, no lixo. Poetic mixture of BLADE RUNNER,
A.I., PINOCCHIO and TOY STORY, the movie of Hirokazo Koreeda shows a premise
about a plot that can be misunderstood: a solitary waiter purchases an air
doll to mitigate his loneliness and, one day, she realizes that she has a heart
and an uncontrollable desire to discover the world. In a poetic way (the scenes
of Tokio are gorgeous), unhurried and beautifully photographed, the movie displays
the immense emptiness of the great cities. It is known that, like the dolls, people
are also shallow, solitary and, in many cases, easily replaced. There is also a
discussion about the women’s role in an extremely sexist society as Japan and
the disposable and underrated relationships that nobody notices when they are literally
thrown in the garbage. Petras Belas Artes.